Monumento em homenagem ao comendador Monteiro na praça de Humaitá

Fonte: Morais e Mascarenhas, 2024.


Com o advento da borracha na Amazônia, teve início a migração de nordestinos para o Amazonas a partir de 1869, quando um grupo inicial, de cinquenta cearenses, locomoveu-se para essa área. Posteriormente, cerca de 40 mil nordestinos emigraram para a região em busca de oportunidades de emprego. Esses trabalhadores eram alocados em plantações de seringueiras, sob contratos que os restringiam de atividades como agricultura, pesca ou caça. Eles foram submetidos a jornadas de trabalho exaustivas de 12 horas por dia e, em troca, deveriam cobrir suas despesas nos seringais por meio do trabalho na produção de látex (Avelino Leal, 2007).

Foi no seringal Paraíso, na cidade de Humaitá, Amazonas que o escritor português Ferreira de Castro escreveu seu célebre livro A Selva, publicado em 1930, aproximadamente quinze anos de sua saída do Seringal Paraíso, na cidade de Humaitá no Amazonas, em outubro de 1914. Ele trabalhou como jornalista e explorador na região, experiência que influenciou fortemente sua obra. O livro aborda temas como a exploração da borracha na Amazônia e as condições de vida e trabalho na selva.

Localização do seringal Paraíso, próximo a Humaitá

Fonte: Google Earth, 2024. Acesso em: 19 fev. 2024.

Na praça pública do município, próxima à Igreja Catedral, há uma estátua em homenagem a Ferreira de Castro, a Biblioteca Municipal (que está em reforma a alguns anos) também carrega o seu nome, permitindo que as gerações futuras apreciem sua obra e sua influência na sociedade. Essas homenagens são testemunhos do reconhecimento da importância de sua contribuição para a cultura e a literatura.

Estátua em homenagem à Ferreira de Castro

Fonte: Morais e Mascarenhas, 2024.

Detalhes da placa em homenagem à Ferreira de Castro na praça

Fonte: Morais e Mascarenhas, 2024.

“Um povo que não conhece sua história está fadado a repeti-la.”
Edmund Burke

**Durante a elaboração da dissertação da Prof.ª. Ma. Jhully Gomes Morais, a Prof.ª. Dra. Suely A. do Nascimento Mascarenhas (UFAM) levantou uma reflexão essencial: por que figuras históricas de outras regiões, muitas vezes distantes de nossa realidade, são mais reconhecidas do que aquelas que fazem parte de nossa história local? Foi nesse contexto que ela trouxe à tona a história do cacique Ajuricaba, nome que batiza o 54º Batalhão de Infantaria de Selva. Esse diálogo nos levou a investigar a trajetória de Ajuricaba e sua importância para a região.

Ao explorarmos como os nomes dos batalhões são escolhidos, descobrimos que isso ocorre com base na relevância histórica das figuras para cada localidade. Por exemplo, em Minas Gerais, o nome Tiradentes reflete um personagem central para a região, amplamente ensinado nas escolas. No entanto, no Amazonas, figuras como Ajuricaba ainda são pouco abordadas no currículo escolar, o que revela um problema na valorização das histórias locais.

Essa constatação reforça a urgência de incluir narrativas regionais no ensino, promovendo uma visão mais ampla da formação da identidade brasileira e reconhecendo a rica contribuição cultural e histórica de todas as regiões, especialmente da Amazônia.

Agradecemos imensamente à Prof.ª. Dra. Suely A. do Nascimento Mascarenhas (UFAM) pelo papel fundamental que desempenhou ao levantar essas questões durante a construção da dissertação. Foi por meio de seus questionamentos e contribuições que tivemos a inspiração e a base para criar este museu. Sua colaboração foi essencial e inestimável para esse projeto.

Estátua do Cacique Ajuricaba no 54º BIS

Foto: Jhully Gomes Morais, 2024.

O 54º Batalhão de Infantaria de Selva, situado na BR 230 em Humaitá, leva o nome do Cacique Ajuricaba e possui uma estátua em sua homenagem. Cacique Ajuricaba foi uma figura histórica de grande importância para a região da Amazônia, especialmente na história dos povos indígenas do Amazonas. Ele era líder do povo Manaó (que deu origem a Manaus), uma das tribos indígenas que habitavam a região do alto Rio Negro e suas proximidades, na atual área do estado do Amazonas. Ajuricaba é lembrado como um líder guerreiro e uma figura de resistência contra a colonização portuguesa no século XVIII.

A sua liderança ficou marcada por uma série de conflitos com os colonizadores portugueses, que buscavam expandir suas possessões na região. Ajuricaba foi um dos principais líderes na defesa de seu território e do modo de vida de seu povo. Ele conduziu resistências, organizou a luta contra os invasores e simbolizou a força e a determinação dos povos indígenas em proteger suas terras, culturas e tradições.

A resistência de Ajuricaba foi significativa, mas acabou sucumbindo frente à superioridade numérica e tecnológica das forças portuguesas. Em 1729, após uma série de batalhas e o cerco ao forte de São José do Rio Negro, Ajuricaba foi capturado e levado a Lisboa, onde morreu em cativeiro, provavelmente em 1740.

Ajuricaba é hoje considerado um herói e um símbolo da luta pela liberdade e autonomia dos povos indígenas da Amazônia. Sua história representa o legado de resistência indígena e a importância de preservar as tradições e os direitos dos povos originários da região. Ele é lembrado em diversas manifestações culturais e na memória coletiva dos amazonenses e das comunidades indígenas da Amazônia.

A necessidade de permissão militar e agendamento para visitas, juntamente com sua localização distante do centro da cidade, restringe o acesso da comunidade local a esse marcante ícone cultural. A figura do Cacique Ajuricaba destaca as deficiências e desequilíbrios na narrativa histórica regional, a história de Ajuricaba não é uma anomalia, ela simboliza uma gama de narrativas e pontos de vista subrepresentados, essenciais para um entendimento justo e abrangente da História, como ressaltado por Jhully Morais e Suely Mascarenhas (2024). O reconhecimento do Exército Brasileiro sobre a importância do legado de Ajuricaba levanta questões sobre a ausência de sua história nos livros didáticos da região e a falta de menção a ele nas escolas ou em espaços públicos.

Catedral da Imaculada Conceição

Os visitantes encontram uma variedade de atrações turísticas que capturam a essência da região. A Orla e a emblemática Catedral da Imaculada Conceição, situadas na Praça Benjamin Constant (popularmente conhecida como Praça da Matriz), são locais centrais para encontros, festividades e lazer. De acordo com Almeida (2005), com a chegada do comendador Monteiro, houve o início imediato da construção da Capela, refletindo sua devoção católica. À medida que a comunidade crescia, a capela se expandia, transformando-se em uma Catedral e passando por ampliações subsequentes. Nesse processo, Nossa Senhora da Conceição foi proclamada a padroeira da cidade. A praça também é marcada por um chafariz que simboliza a era da Belle Époque, refletindo a época de prosperidade vivenciada pela cidade durante o boom da borracha, período no qual adquiriu a distinção de "princesa do Madeira" e o prédio da Câmara dos Vereadores, com a arquitetura do mesmo período.

Foto: Alcenor Moreira e Júlio da Silva em Álbum Fotográfico de Humaythá, 2024.

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

A Solenidade da Imaculada Conceição de Nossa Senhora, celebrada no dia 8 de dezembro, é uma das festas mais significativas do calendário litúrgico católico. Esta solenidade não apenas exalta a pureza e a santidade de Maria, mas também destaca o papel fundamental que ela desempenha na história da salvação. Confira abaixo algumas fotos de 2024 com a parte externa da Catedral reformada.

Chafariz (Bebedouro)

Conforme noticiado pelo G1 Amazonas (2016), um dos símbolos de Humaitá, o “Chafariz” ou bebedouro é de fabricação escocesa. Foi restaurado e entregue ao município pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC). Datado do século XIX, o monumento foi adquirido pelo Governo do Estado no início do século XX e passou por restauração no Ateliê de Restauro da SEC.

Produzido pela empresa inglesa Walter MacFarlane, o bebedouro foi criado para celebrar o Jubileu de Diamante da Rainha Vitória, em 1897. Após ser trazido ao Brasil, a peça foi destinada a Humaitá, sendo instalada na Praça Benjamin Constant, no centro da cidade, onde permaneceu até o início do processo de restauração, em agosto de 2013.

Único exemplar de seu tipo no Brasil, o bebedouro foi restaurado a pedido da Prefeitura de Humaitá ao então secretário de Cultura, Robério Braga. A reinauguração ocorreu em 15 de maio de 2016, durante as comemorações do 147º aniversário do município. Braga destacou que o trabalho de restauro preservou os traços originais do monumento, respeitando sua essência, representando assim um significativo resgate histórico e artístico para a cidade.

Foto: Lucas Vitor Sena/ SEC

A peça é feita em ferro fundido, apresenta uma estrutura composta por quatro colunas, uma bacia e uma cúpula, além de adornos que incluem a atual bandeira do Brasil, elementos da fauna e flora. O monumento possui dimensões de 2,60 metros de altura por 88 centímetros de largura.

Durante o processo de restauração, uma equipe da Secretaria de Cultura, liderada pela gerente do Ateliê de Restauro, Judeth Costa, viajou a Humaitá para avaliar a logística de desmontagem da peça, garantindo que ela não fosse danificada durante o transporte até Manaus. De acordo com Judeth, o avançado estado de deterioração exigiu procedimentos especiais, já que o ferro fundido requer cuidado para evitar danos. Ela também destacou que problemas na instalação inicial haviam causado o acúmulo de materiais inadequados, como argamassa, areia e barro.

Após o desmonte, a peça foi transportada de barco para Manaus. No Ateliê de Restauro, foram realizados os registros e o mapeamento dos danos antes de iniciar o processo de recuperação. Entre as etapas do trabalho, incluíram-se a decapagem, jateamento, aplicação de proteção com ácido tânico, uso de um verniz específico para ferro e a pintura final, que seguiu as cores originais—cinza-escuro e dourado—, características do estilo inglês da peça.

Bebedouro antes e depois da restauração

Foto: Lucas Vitor Sena/ SEC

Sobre o Ateliê de Restauro

O Ateliê de Restauro, vinculado ao Departamento de Patrimônio Histórico da Secretaria de Estado de Cultura, iniciou suas atividades em 1997. Localizado no Palacete Provincial, o espaço conta com uma equipe composta por 10 profissionais, incluindo restauradores, auxiliares de restauração, estagiários e técnicos administrativos.

O Ateliê já realizou importantes trabalhos de preservação, tanto em bens imóveis quanto móveis. Entre os bens imóveis restaurados está a Catedral de Nossa Senhora da Conceição. No que se refere a bens móveis, destacam-se obras como as telas O Banho de Ceci, de Aurélio de Figueiredo, e O Caçador Furtivo, de Parreiras, que também passaram por processos de restauração.

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Detalhes do Chafariz na praça da cidade

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Prédio histórico da Câmara dos Vereadores

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Fonte: Jhully Gomes Morais, 2024.

Castelo

**Gostaríamos de expressar nossa profunda gratidão ao empresário Raimundo José Cruz Santiago (BTV) por permitir que as pessoas visitem o castelo, um espaço tão significativo para nossa região. Durante nossa visita, observamos que o castelo passou por reformas recentes e está muito bem cuidado, demonstrando um grande esforço para preservar a história de Humaitá, algo que admiramos profundamente.

Em conversa com um funcionário, soubemos que as visitas ao castelo são permitidas, especialmente para fins de pesquisa ou para a valorização da nossa cultura. Achamos isso incrível, pois transforma o espaço em um patrimônio acessível, permitindo que as pessoas tenham contato direto com nossa história de maneira simples, sem burocracia. Essa iniciativa é extremamente importante, e ficamos realmente encantados com a experiência.

Esperamos que, por meio desse trabalho, possamos contribuir para honrar a memória do pai do empresário, um grande homem, soldado da borracha e participante na construção de nossa cidade. Sua história é um exemplo de dedicação que merece ser lembrado e celebrado.

Um elemento adicional que realça o cenário com seu ar de enigma e relevância histórica é o Castelo, construído em 1908. Originalmente concebido como a habitação do Dr. José Alcântara Bacellar, o imóvel passou por diversas mudanças de proprietários ao longo dos anos, conforme relatado por Almeida (2005). Atualmente pertence ao Sr. Raimundo José Cruz Santiago (conhecido por Bem-Te-Vi).

Mas você sabe quem foi Dr. José Alcântara Bacellar?

Pedro de Alcântara Bacellar, nascido em Feira de Santana/BA em 29 de junho de 1875 e falecido em Manaus/AM em 21 de abril de 1927, foi um político e médico pioneiro, sendo o único a atender toda a região do Madeira.

Ele exerceu importante papel político na história da região amazônica, destacando-se como o 4º prefeito de Humaitá, no Amazonas, antes de se tornar presidente-governador do estado, cargo que ocupou de 1917 a 1921, nomeado pelo presidente Venceslau Brás.

Foto: Manaus de Antigamente, 2020.

Durante seu governo, Bacellar foi responsável por diversas ações administrativas e estruturais significativas. Em 1918, adquiriu o Palacete Scholz, que se tornou a nova sede do governo do estado e sua residência oficial. O edifício foi renomeado como Palácio Rio Negro, um marco histórico que representa a importância de sua gestão e contribuições para a capital amazonense e o desenvolvimento do estado.

Guerreiro Antony, líder da oposição, causou assim uma grande confusão na posse de Alcântara Bacellar. Na ocasião ocorreram 18 mortes e muitos feridos.

Foto: Acervo Instituto Durango Duarte.

O jornal A Crítica, 04 de março de 1969, relata que o médico baiano foi pioneiro no atendimento à região do Rio Madeira, sendo o primeiro a atuar na área. Sua escolha para o cargo foi fruto de uma disputa política envolvendo o governador da época e dois candidatos, um jurista da região e Worligern Ferreira. Durante uma reunião do Partido Republicano, o nome do médico foi escolhido, e ele foi imediatamente mandaram buscá-lo em Humaitá, onde atuava como médico e era responsável pelo atendimento no Rio Madeira.

Ao chegar em Manaus, o médico Pedro Bacellar trouxe consigo sua esposa, Maria Augusta Tosta Bacellar, uma mulher extraordinária, intelectual e pianista de grande talento. Maria Augusta se destacava ao executar os clássicos de Bach e Beethoven, encantando todos que a ouviam. Embora o médico enfrentasse críticas da oposição, estas eram suavizadas pela virtude de sua esposa, que se tornava um símbolo da mulher brasileira, conforme indicado pela crítica da época.

As críticas contra o governo de Pedro Bacellar, que incluíam sua administração e a conclusão de obras importantes como o Tribunal de Justiça e a compra da residência do alemão Schultz (atualmente o Palácio Rio Negro), segundo informou o desembargador André Augusto.

Porém, após a morte de Pedro Bacellar, Maria Augusta se retirou para uma vida de humildade e bondade, dedicando-se à música como forma de sustentar seus filhos. Ela lecionou no Colégio Estadual do Amazonas e também de forma privada, ensinando piano às gerações femininas. Maria Augusta Tosta Bacelá faleceu aos 87 anos, deixando um legado familiar, com um irmão, o vice-almirante Otávio Tosta, além de 5 filhos, 36 netos e 44 bisnetos.

Foto: Acervo Instituto Durango Duarte.

O subsolo do castelo atrai a atenção devido à sua altura que não permite que uma pessoa entre totalmente ereta. Em outras regiões do país, relatos das comunidades escravizadas sugerem que essa restrição de espaço era uma medida para evitar que alguém pudesse se levantar e liderar um levante. Indivíduos africanos foram trazidos para a região amazônica com o propósito de escravidão, sendo coagidos a realizar trabalhos forçados.

Biblioteca Ferreira de Castro

A Biblioteca Municipal Ferreira de Castro em Humaitá é um precioso tesouro histórico e cultural, um reflexo da opulência da era da borracha na região amazônica. Atualmente, encontra-se em processo de restauração e está situada na Rua Marechal Deodoro, onde diversos outros edifícios exibem a majestosa arquitetura da época áurea da produção de borracha. A cidade possui um rico patrimônio arquitetônico, abrangendo uma variedade de estilos que incluem o neoclássico, o eclético, entre outros.

Foto: Jhully Gomes Morais, 2024.

Prédios históricos da cidade

Foto: Jhully Gomes Morais, 2024.

Portal Rio Madeira - entrada da cidade

**Gostaríamos de expressar nosso sincero agradecimento ao escritor Nã Batista pela rica contribuição em postagem ao blog Humaitá (2010), que detalha a importância e o simbolismo do Portal Rio Madeira.

Inaugurado em 15 de maio de 2008, o monumento está localizado na BR 230 (Transamazônica), aproximadamente cinco quilômetros da cidade de Humaitá, a “Princesa do Madeira”. É o ponto turístico mais fotografado do Município.

Idealizado pelo prefeito Roberto Rui Guerra de Souza e construído em sua administração como homenagem ao povo da terra da mangaba, localizado exatamente no coração do mangabal, a exaltação à arte é sempre uma forma de contemplar nosso povo, nossa gente, fazendo da beleza do monumento a grandeza da cultura humaitaense.

Ao adentrar ao “Portal Rio Madeira”, o visitante pode imaginar que nesse solo o reconhecimento de quem faz arte em sua diversidade terá que ser lembrado de forma honrosa, pois é a prática a própria forma mais explícita de manifestação cultural da humanidade. Pluralidade cultural, principalmente a cultura popular entre mitos, ritos e mártires, deve ser respeitada não porque ampara a Constituição Federal, mas porque necessita ser preservada e divulgada.

Aqueles que visitam Humaitá recebem, ao lado esquerdo do Portal, a saudação de boas-vindas na parte inferior dos mastros, onde ostentam os pavilhões do Município, Estado e País, representando, além da entrada para Humaitá, também a porta para o Estado do Amazonas.

A parte inferior:

O Portal Rio Madeira é também a unificação de diversas culturas que firmam exaltação aos povos e suas artes, através de arquiteturas que formaram os inícios das civilizações. É constituído de junções em seu formato, como exemplo as colunas gregas, conhecidas pelas edificações que despertaram maior interesse, como os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata, e sobre ele eram erguidas as colunas que sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia, e são exatamente a base inferior do portal até a altura da base da concha.

Coluna Coríntia:

É sofisticada e de desenho requintado. Possui o capitel em folhas de acanto e é muito utilizada em edifícios do período neoclássico. Toda coluna possui as divisões descritas no desenho ao lado:

• Fuste: O corpo da coluna, que pode ser liso ou possuir caneluras (sulcos).
• Capitel: O topo da coluna, por onde se identifica mais facilmente.
• Entablamento: A grande viga sobre o capitel, subdividida em três partes: arquitrave em baixo, friso ao meio e cornija em cima.
• Cornija: Conjunto de molduras e frisos em relevo que coroa o entablamento.

A parte superior:

A base superior de arquitetura romana de estilo Padova representa a arquitetura da região e cidade de Padova. A concha prepara a exaltação do cume, servindo como uma estante para a Bíblia Sagrada, exposta no ponto mais alto do monumento, com a certeza de que Deus está acima de qualquer cultura ou nação. O livro sagrado é um guia para todas as criaturas que habitam a terra e simboliza que Humaitá é um chão abençoado.

Foto: Jhully Gomes Morais, 2024.

Foto: Reprodução

Ipixuna

Os amantes da natureza se deleitam com a beleza dos lagos Paraíso, Puruzinho, Antônio, Três Casas, dos Reis, Acará e a área do Ipixuna. Este último, em particular, serve como um retiro para moradores e turistas, oferecendo um cenário deslumbrante, um ambiente tranquilo e um espaço ideal para relaxar e desfrutar nos fins de semana.

Balneário do Ipixuna

Foto: Jhully Gomes Morais, 2023.

Foto: Jhully Gomes Morais, 2023.

Foto: Jhully Gomes Morais, 2023.

Ao analisar os monumentos e pontos turísticos da cidade, nota-se uma escassez ou representação insuficiente das heranças indígena, africana, afro-brasileira, nordestina, etc. Por exemplo, não existe um local específico que homenageie os chamados “soldados da borracha”, que desempenharam um papel crucial na Amazônia, nem há um reconhecimento adequado dos indígenas e africanos que foram subjugados sob o regime escravocrata dos europeus e durante a formalização administrativa do município. São raras as referências que destacam a visão e as experiências dos povos que sofreram violências no contexto desse processo de “civilização” forçada.